segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Tédio



Não sei onde colocaram minhas cerejas,
o dvd, quebrado,passa os filmes em preto e branco
sou obrigada a ler um livro ruim...
O telefone não toca,
a música não passa,
você não aparece aqui.
Minha única companhia é o tédio. Um veneno que corre, livre e infinito em minhas veias.
Alguém para me tirar daqui?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Acordei com aquela falta enorme, construída ao longo de dois anos, porém sentida apenas agora. E enquanto o desejo de te ver não é aliviado nessas palavras, lembro de cada gesto seu com relação a mim, de cada palavra e de como eles pareciam verdadeiros, diferente dos outros que já experimentei.
Não me recordo bem de como nos aproximamos. Você lembra? Bem, lembro da primeira vez que nos vimos, mas não de como e porque nos falamos. Entretanto, lembro da última e de como você parecia entusiasmado com as coisas que te mostrava.
Penso se você ainda se sentiria constrangido com algumas coisas que te dizia, mas que mesmo assim te faziam sorrir, ou se hoje retrucaria com algo que me deixaria sem graça.
E é perdida em tantas especulações que às 9:00 am de um feriado fico pensando no que estaria fazendo, se pensaria em mim pelo menos 1/3 da frequência que penso em você (provavelmente, não) e sabendo que mesmo que leia o que aqui escrevo, sua mente boba e aérea -que tanto adoro- muito dificilmente perceberá que estas palavras são dedicadas a você.

Saudades,

Isabelle

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Observação dos corpos celeste no País das Maravilhas


Eram as primeiras horas da noite quando, em dúvida do que comer no jantar, decidi sair para comprar acarajé.

Chegando perto do carrinho, pedi duas para viagem e olhei para o céu: lá estava ele, aquele sorriso penduradonas estrelas. Ou pelo menos foi o meu primeiro pensamento ao ver a lua crescente formando um sorriso no céu.
Ri comigo mesma e voltei para casa.

Jantei, estudei física e após algumas questões, resolvi esticar as pernas. Como algumas cerejas e fui até a janela. Fiquei surpresa ao perceber que a lua ainda estava lá, agora formando um ângulo perfeito com a linha do horizonte, prestes a se pôr. Novamente, lembrei do gato e fiquei a observar por alguns minutos aquele sorriso que me sorria cheio de malícia e entendimento, como quem compartilha um segredo, um pensamento.
E nesse momento, debruçada sobre a janela, me encontro como Alice, numa encruzilhada, sem saber qual caminho seguir - se o que me leva ao telefone ou o que termina nos meus livros - tendo este sorriso sinistro, mas não menos cativante, como minha última visão.





domingo, 13 de setembro de 2009

Pe. Antônio Vieira X chuva

Não havia mais como estudar, não com tanto cansaço. As palavras simplesmente não eram mais absorvidas. Eu olhei o relógio do celular : 20:33. "Talvez eu deva parar por hoje". Mas logo a culpa veio alfinetar: "Enquanto você para, seus concorrentes seguem em frente, sem se deixar abater pelo sono". Logo, a consciência lançou-me um olhar súplice, pedindo-me que voltasse aos livros. E foi o que fiz. Língua Portuguesa 3- Literatura Colonial, p. 33.

E foi em meio ao saco cheio e com os pensamentos vagando até a minha cama que ouvi aquele meu som favorito. "Será?" Afastei as persianas e vi, e senti aquele cheiro de terra molhada. Levantei-as , abri mais a janela, estiquei os braços o máximo que pude e senti a chuva na ponta dos meus dedos, depois sobre meu rosto. Há quanto tempo não aproveitava chuva assim... E percebi que não queria estar tomando banho de chuva, que não queria estar acompanhada por um chocolate quente, nem tampouco estar em minha cama ouvindo as gotas caírem. "Se ao menos esse momento durasse mais e eu pudesse ficar aqui, à beira da janela". Puxei uma cadeira para perto da janela e sentei colocando meus pés pra fora, balançando-os calmamente com as gostas d´água.

Minutos depois decidi pegar o livro de volta. E em meio a Pe. Vieira e meus pés molhados, a culpa sumiu, a consciência se espreguiçou, aliviada, e o cansaço acolheu a vida e obra do autor barroco como a um conto-se-fadas antes de dormir.


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Lista de compras: alimentos indispensáveis
Nutella
Negresco
Snow flakes
Tubetts
palitos de chocolate
Hershey´s Special Dark
Hershey´s crocante
Toddynho
biscoitos de amendoin*
paçoca*
Iogurte de pêssego
flocos de arroz
Pippo´s
Cerejas em calda


sexta-feira, 17 de julho de 2009

Saturnine

The day you went away
You had to screw me over


O que fazer com tudo isso? Onde eu posso deixá-las e esquecê-las?

I guess you didn´t know
all the stuff you left me with
is way to much to handle
but I guess yoy don´t care

Reuni todas as coisas: todas as palavras, todas as músicas, cartões, conchas, embalagens de bala, passagens de ônibus... Tudo. O problema era onde colocá-los, onde esquecê-los, quando ainda estão tão presentes.

You don´t need to preach
You don´t have to love me all the time

Peguei uma caixa e coloquei tudo dentro, organizada e cuidadosamente, mas as perguntas e suposições eram relutantes; elas não cabiam.

Whatever on earth possessed you
to make this bold decision
I guess you don´t need me

Entretanto, eu precisava fechar a caixa. Resolvi afogá-las.

While whispering those words
I cried like a baby
Hoping you would care

Tudo estava em seu lugar. Fechei a caixa. E sorri. Abri as janelas e senti um perfume, gostoso e aconchegante. Percebi que não vinha da rua, mas, sim, de dentro de casa, da caixa. Vazava pelas frestas, se arrastava pelo chão, espalhando-se pelos cômodos, empregnando-se nas minhas roupas. Com horror maior notei que com ele, escapava também cada gesto, cada olhar, cada lembrança... A caixa era pequena demais para conter algo tão grande.

You don´t need to preach
You don´t have to love me all the time

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Always


Hoje eu tive um sonho...
Peguei o telefone e ele tornou-se realidade.
Porque, parece que por mágica, você sempre está presente quando eu preciso.


"-I carry your heart, I carry it in my heart.

-After all this time?

-Always."

sábado, 20 de junho de 2009




"Deveria ser proibido pela constituição sair em dia de fim-de-mundo."

Ouvi essa frase meses atrás e não dei muita importância. Mas, apesar de hoje não ser exatamente um dia de fim-de-mundo, foi doloroso sair da cama e ver o céu nublado.

E o que fazer em um sábado chuvoso? Certamente ir à aula não é a melhor das idéias. Principalmente, aulas que você não gosta. Percebi que iria me atrasar e decidi ir para outro lugar.

O problema era "onde?".

Pensei em chocolate quente, mas faltava A Companhia; pensei em sorvete de creme com cobertura especial de chocolate, mas ainda era cedo. Decidi por qualquer lugar onde eu pudesse estudar.

Estudei nomenclatura dos ácidos e me dei por vencida depois de umas 20 questões. Li sobre cordados e desisti antes mesmo de responder qualquer coisa. Mas precisava matar o tempo até as 10:00 e ainda eram 8:20. Pensei em pegar um ônibus que me levasse ao destino certo, mas desse uma longa volta pela cidade antes. Pensei em ir ao centro comprar umas coisas para concertar uma mochila; reconsiderei por causa da chuva. A última alternativa era comer.

O quê?

Entre sorvete, chocolate quente e tortinha de frango com requeijão, escolhi milk shake. "Tem de creme?".

Ele veio com cobertura apesar de não ter pedido. De caramelo, que não é a minha favorita. Afastei os livros e bebi um gole, e vários pensamentos vieram me visitar enquanto continuei bebendo. Muitos me fizeram não querer ter saído da cama, mas prefiro lembrar apenas da receita provavelmente errada de cerveja amanteigada (afinal, sorvete de creme com cobertura de caramelo quente deve ser horrível) e de me perguntar por que eu não tomo milk shake no café da manhã.


domingo, 17 de maio de 2009


The Stargazer
Death no longer whisper secrets
A thief is no longer the Time
Today, the voice is her ears
is the eternal murmur of the stars
And when she reach out her fingers,
after climbing silent and high,
her hands can almost touch them
her sisters, owners of the sky
But with nothing left but a gaze
she watches the night passing by
Gazes longing and also shining
the eternal dance of infinite stars