Eram as primeiras horas da noite quando, em dúvida do que comer no jantar, decidi sair para comprar acarajé.
Chegando perto do carrinho, pedi duas para viagem e olhei para o céu: lá estava ele, aquele sorriso penduradonas estrelas. Ou pelo menos foi o meu primeiro pensamento ao ver a lua crescente formando um sorriso no céu.
Ri comigo mesma e voltei para casa.
Jantei, estudei física e após algumas questões, resolvi esticar as pernas. Como algumas cerejas e fui até a janela. Fiquei surpresa ao perceber que a lua ainda estava lá, agora formando um ângulo perfeito com a linha do horizonte, prestes a se pôr. Novamente, lembrei do gato e fiquei a observar por alguns minutos aquele sorriso que me sorria cheio de malícia e entendimento, como quem compartilha um segredo, um pensamento.
E nesse momento, debruçada sobre a janela, me encontro como Alice, numa encruzilhada, sem saber qual caminho seguir - se o que me leva ao telefone ou o que termina nos meus livros - tendo este sorriso sinistro, mas não menos cativante, como minha última visão.