A terra estava úmida debaixo de seus pés descalços. Não havia muito vento, mas estava frio.
Ela parou a caminhada para um momento de orientação. Não havia nada além das árvores.
"Melhor seguir em frente"
Depois do primeiro paso, um puxão em seu casaco, uma respiração em sua nuca:
"Eu estou aqui."
-Querem me matar.
Ela acordou. O céu ainda estava escuro, ainda havia estrelas.
-Você me chamou?
-Querem me matar.
-Quem?
-Não sei.
Ela levantou e foi até o banheiro. Os olhos que a encararam do espelho tinham olheiras das noites mal dormidas.
-O que houve?
-Até você me deu as costas.
A mão ao ombro; o desejo reprimido de revirar os olhos.
-Quando?
-Ontem à noite.
-Eu simplesmente fui dormir...
Um afago, passos em direção à cama; o contato da seda com o rosto. Um suspiro...
O céu estava roxo. As estrelas desapareciam lentamente, deixando um anseio, como a voz acolhedora que só tinha vida em seus sonhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário