quinta-feira, 17 de janeiro de 2008


Desconhecido no caminho

Pega a fujona
Não deixa ela embarcar
Mantenha a mala dela
Não deixe ela passar
Ela quer refletir
Ela quer descansar
Fugir não adianta
Prometo, vou lhe buscar

O horário não convém
Você não pode me deixar
Vá aonde for
Nada vai adiantar
Mesmo perdendo o ônibus
acho um meio de lhe buscar

Poema de autor desconhecido, encontrado em meio a ántigas fotos de família, esquecidas dentro de uma caixa branca no fundo do guarda-roupa. Escrito com tinta vermelha em um terço de papel A4, agora encardido pelo tempo. A foto também é de um quadro desconhecido por mim e seu personagem parece ter saído de dentro dele e se colocado em meu caminho, ainda de costas e fora de meu alcance. Mas seus contirnis lentamente vão deixando de ser disformes e ele agora parece decidido a parar, esperando o toque de minhas mãos.
Resta saber se eu terei coragem de tocá-lo, se ele mostrará seu rosto para mim e por quanto tempo continuará parado, a me esperar...

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